Nota de Pesar

A Federação dos Servidores Públicos do Estado do Piauí-FESPPI e os sindicatos filiados manifestam profundo pesar pelo falecimento do nosso grande líder sindical José Calixto Ramos, presidente da NCST.

Parte um grande companheiro  de lutas, mas deixa a todos um grande legado de vida pela sua incansável luta na proteção e defesa dos  direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras.

A FESPPI declara luto oficial em memória de José Calixto Ramos, que dedicou sua vida em prol do sindicalismo brasileiro.

Aos familiares e dirigentes da NCST nossos sinceros sentimentos e a nossa solidariedade nesse momento de imensa tristeza.

Gleidys Castro

Presidente da FESPPI

José Calixto Ramos – Conheça a sua História

Liderança do movimento sindical

José Calixto Ramos é pernambucano de Ipojuca, nascido em 14 de outubro de 1928, com formação profissional em mecânica de máquinas, tendo cursado o segundo grau. Como ativista sindical, foi delegado e também secretário do STI Metalúrgico de Recife, chegando à presidência em 12 de agosto de 1965. Fundou a Federação dos Trabalhadores na Indústria no Estado de Pernambuco, ocupando o cargo de secretário até transferir-se para Brasília, na condição de vice-presidente da CNTI.

Em 10 de outubro de 1983, Calixto assumiu a presidência da Confederação. No ano de 1985, em pleito nacional, foi eleito presidente da CNTI. Pela primeira vez, um trabalhador nordestino chegava à cúpula do sindicalismo industriário.

Em seu discurso, Calixto denunciou o imobilismo da Nova República sobre a reforma agrária, pediu mais união entre os industriários e mais unidade universal dos trabalhadores em benefício da paz mundial. Pouco depois, José Calixto participou do Congresso Internacional de Trabalhadores pela Paz Mundial, em Pequim, China. Naquele país ele visitou as creches nas fábricas da indústria farmacêutica e teve encontro com dirigentes do Sindicato e da Federação dos Trabalhadores da China.

A partir de 1986, conduziu a participação da classe trabalhadora durante as discussões na Assembleia Nacional Constituinte, em grande mobilização no Congresso Nacional, conquistando a inclusão das reivindicações dos trabalhadores na Carta Cidadã, promulgada em outubro de 1988.

Paralelamente, ao comando da CNTI, Calixto foi representante dos trabalhadores no Conselho  Deliberativo da Sudene, No Conselho Federal de Mão de Obra, no Conselho Monetário Nacional e no Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Foi ainda Ministro classista representante dos trabalhadores no Tribunal Superior do Trabalho, no período de 1989 a 1995, quando houve a extinção da classe.

Sob sua coordenação, como reconhecimento à sua liderança, não apenas na luta em defesa dos industriários, mas de todo o conjunto de trabalhadores brasileiros, foram criados a Coordenação Confederativa dos Trabalhadores (CCT), em 1996; o Fórum Sindical dos  Trabalhadores (FST), em 2003; e a Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), em 2005, entidade presidida por ele até a data de ontem (03/02/2021).

Bandeiras de luta

Liderança histórica do movimento sindical brasileiro, Calixto Ramos percorreu uma trajetória de ativismo demarcado pela defesa permanente das conquistas das classes trabalhadoras e dos direitos sindicais e trabalhistas, em especial das disposições emanadas do artigo 8º da Constituição Federal e do modelo de organização sindical previsto na Consolidação das Leis do Trabalho-CLT. Assim, considerava a unicidade sindical, o sistema confederativo, as categorias profissionais, o custeio compulsório e a justiça do trabalho como instrumentos irrenunciáveis da estrutura sindical nacional.

Democrata e defensor da unidade das entidades sindicais, atuou fortemente no Congresso Nacional pelos direitos de trabalhadores e trabalhadoras, imprimindo nas entidades que dirigia, a NCST e CNTI práticas sindicais voltadas para fortalecimento da unidade ação entre sindicatos, federações, confederações e centrais, buscando superar as divergências existentes em favor do objetivo maior que é a proteção sindical para todos os trabalhadores do Brasil.

Nos últimos anos, mesmo mantendo a sua convicção quanto à necessidade da preservação da organização sindical prevista no artigo 8º da Constituição, defendia a realização de reformas na estrutura sindical, dizendo que era urgente “uma reengenharia” para transformar as práticas do sindicalismo e até mesmo alterar aspectos da legislação trabalhista neste sentido. Com certeza, será uma ausência sentida nas lutas das centrais sindicais e do conjunto do movimento sindical brasileiro.

O movimento sindical fica mais pobre, porém mantém uma grande referência de luta em defesa dos trabalhadores brasileiros.

José Calixto Ramos se eterniza com seu legado de solidariedade, sabedoria e humildade típicas de um verdadeiro sábio.

Velório

O corpo de José Calixto Ramos será velado em caixão fechado, protocolo adotado para vítimas da Covid-19.
O velório ocorrerá amanhã (05/02) pontualmente às 11h00, em ambiente aberto, no cemitério Morada da Paz, na cidade de Paulista em Pernambuco.

Endreço: Av. Rodolfo Aureliano, 2118 – Vila Torres Galvão, Paulista – PE, CEP 53403-740

OBS: Àqueles que quizerem enviar coroa de flores um alerta: estas devem chegar ao cemitério até, no máximo, as 10h30 da manhã. A pontualidade do velório será rígida, conforme os protocolos de segurança exigidos pelo cemitério.

Imprensa NCST com colaborações